As instituições financeiras
enfrentam, em todo o mundo, o desafio crescente de superar técnicas em
constante mudança dos fraudadores. Nesse sentido, os bancos estão buscando
aprimorar cada vez mais os próprios sistemas de proteção monitorando transações
por meio de aprendizagem de máquina, inteligência artificial e acesso
biométrico. Essas são algumas das conclusões da nova edição da pesquisa
“Pesquisa Global sobre Fraude Bancária” (Global Banking Fraud Survey, em
inglês), conduzida pela KPMG com 43 bancos de varejo, 18 deles com faturamento
anual superior a US$ 10 bilhões e 31 com mais de 10 mil colaboradores. Os
entrevistados, profissionais das áreas de investigações, risco e segurança,
foram questionados sobre tendências em tipologias de fraude, desafios na
mitigação de ameaças, segurança na era digital e recursos direcionados para o
gerenciamento de riscos.
"Em um mundo cada vez
mais globalizado e em constante mudança, a demanda por serviços bancários com
atendimento presencial está diminuindo e os volumes de pagamentos digitais
estão aumentando. Nesse cenário, os fraudadores estão criando novas maneiras
para desvios de recursos. Os bancos precisam ser ágeis para responderem às
novas ameaças e prevenirem possíveis fraudes”, afirma Antonio Gesteira,
sócio-lider de serviços Forense da KPMG no Brasil.
A pesquisa da KPMG também
revelou que, em todas as regiões, os bancos pesquisados consideraram os ataques
cibernéticos como o desafio mais significativo no risco de fraude. Os
fraudadores estão obtendo dados do cliente por meio de hackers, em tentativas
de engenharia social, na dark web e em redes criminosas após vazamentos de
dados. No entanto, é responsabilidade dos bancos, de acordo com a opinião dos
clientes, a responsabilidade de impedirem esses tipos de fraudes.
Outros dados da pesquisa
revelam que a maioria dos bancos (70%) têm soluções de tecnologia capazes de
pontuar riscos e tomar decisões em tempo real, 67% usam biometria
(reconhecimento de voz, impressão digital e facial) e 63% usam uma combinação
de regras e aprendizagem de máquina para facilitar a detecção de fraudes.
Contudo, apesar de todos os avanços e investimentos em tecnologia, 51% dos
bancos pesquisados relataram um número significativo de falsos positivos
resultantes de suas soluções de tecnologia, o que prejudica a eficiência na
detecção de fraudes.
Outra conclusão relevante é
que os clientes são fundamentais no processo de prevenção e detecção de
atividades fraudulentas em suas contas, o que indica a necessidade de ser
realizado um trabalho educacional sobre fraudes e golpes para os clientes.
“Nossa pesquisa identificou que o custo com a fraude está aumentando em um
ritmo mais rápido do que os investimentos para o gerenciamento de riscos.
Repensar esta questão é extremamente importante", completa Antonio
Gesteira, da KPMG.
Para prevenir, detectar e
responder a tentativas de fraudes, a maioria dos entrevistados investiu no
método de autenticação de dois fatores ou multifatorial para verificar a
identidade de um cliente, exigindo que os usuários forneçam algo que conhecem,
como, por exemplo, uma senha, com outros fatores que eles têm, como código de
verificação de mensagem de texto/SMS ou impressão digital.
Mais da metade dos
entrevistados revelaram ter recuperado menos de 25% das perdas por fraude,
demonstrando que a prevenção de fraudes é fundamental. Quanto ao Open Banking,
a pesquisa revelou que se trata de um grande desafio para o gerenciamento dos
riscos de fraudes nos bancos, mas que ele também representa uma oportunidade
para as instituições financeiras obterem uma base de dados de clientes
enriquecida potencialmente útil para detectar atividades fraudulentas e
recuperar perdas por fraude.
Fonte: KPMG
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