O Telegram continua terra de
ninguém. Em 2017, o Olhar Digital relatou como grupos na plataforma eram
utilizados para, entre outras coisas, comercializar produtos e serviços
ilegais. Agora, dois anos depois, as coisas continuam iguais: contas de
Netflix, Spotify, cartões de crédito e até mesmo serviços piratas de TV pela
internet (o famoso IPTV) e serviços de 4G ilimitado ou dados pessoais.
Uma matéria da BBC publicada
nesta quarta-feira, 14, mostra como o aplicativo ainda é usado como uma grande
“feira do rolo” digital, aproveitando a facilidade oferecida para criação de
contas e o semianonimato proporcionado pelo sistema.
Os grupos são gigantescos, e
chegam a superar 20 mil usuários. A negociação, nestes espaços, é livre. Alguns
dos casos mencionados pela reportagem incluem um membro solicitando o nome da
mãe e o RG de uma pessoa, oferecendo cartões de crédito em troca. Da mesma
forma, um outro usuário busca descobrir um CPF oferecendo R$ 2 pela tarefa,
enquanto outro procurava saber uma data de nascimento para consultar um CPF.
Dados pessoais como esses podem ser usados na criação de contas falsas em nome
da vítima, por exemplo.
Contas da Netflix e Spotify
também são moeda de troca comum nesses grupos, vendidas por preços muito abaixo
do cobrado por essas empresas. Essas contas são feitas, muitas vezes, com
cartões de crédito roubados e com dados falsos, ou são contas roubadas de
usuários legítimos por meio de ataques de phishing ou como fruto de vazamentos
de bancos de dados.
Existem algumas curiosidades
dentro do mercado de cartões de crédito roubados. Há uma orientação para que as
transações realizadas com esse material sejam de pequenos valores, para tentar
não chamar a atenção da vítima. Além disso, pessoas com o “score” de crédito
alto tendem a ter suas informações mais valorizadas, porque seu limite no
cartão tende a ser mais alto, o que faz com que transações pequenas possam
passar despercebidas mais facilmente. “Pega uns 10 cartões com um score alto,
acima de 800. Tira 50 de cada um. O dono paga sem saber porque o limite é
alto”, é a recomendação de um dos usuários do grupo.
Muitas das informações
trocadas no grupo são publicamente acessíveis em órgãos governamentais, mas de
forma dispersa. O que algumas pessoas fazem nesses grupos é criar aplicativos
conhecidos como painéis, que reúnem dados obtidos de múltiplas fontes legais ou
ilegais, como é o caso de invasões de bancos de dados de sites brasileiros.
Fonte: Olhar Digital
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