O
avanço das tecnologias de comunicação e da conectividade ubíqua
incentivou o governo federal a adotar um processo de digitalização de
serviços para oferta via internet e o uso e compartilhamento de dados
como ferramentas de políticas públicas. Mas como repetidamente
ressaltado durante o 7º seminário Cyber Security – Gestão de Risco no
Governo, promovido nesta quarta, 27/11, pela Network Eventos em
Brasília, a custódia e uso de dados pelo governo exigem garantias cada
vez maiores de segurança da informação.
“No
Brasil, todos os órgãos públicos, federais e estaduais, utilizam a
internet. Praticamente todas as empresas privadas usam e a internet está
disponível em 75% dos domicílios. No entanto, somos o 70º lugar no
ranking global de segurança cibernética, o que indica baixa maturidade.
Exige educação para segurança, sensibilidade para o problema e um
instrumento legal de âmbito nacional”, defendeu o diretor do
departamento de Segurança da Informação do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, general Antonio Carlos Freitas.
Ele
explicou que neste momento o governo trabalha na estratégia de
segurança da informação e especialmente em instrumentos dela derivados, a
começar por um plano nacional de tratamento e resposta a incidentes. “É
um assunto seriíssimo. As empresas e os órgãos públicos precisam não só
se preocupar com ele, mas planejar e executar medidas voltadas para a
segurança cibernética”, completou.
Como apontou o assessor do Centro de Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo, Democlydes
Carvalho, a primeira realidade que se impõe é a ausência de fronteiras
na internet. “É utopia imaginar fronteiras dentro de uma grande rede
como é a internet. Nações procuram isso, mas temos uma infraestrutura
que gera grande conectividade entre todos, sem controle centralizado.
Hoje mais de 90 mil sistemas autônomos, só no Brasil são quase 7 mil.
Nesse contexto, ataques são cada vez mais potentes e fáceis de serem
realizados.”
Ou
ainda, como lembrou o superintendente de segurança da informação do
Serpro, João Vieira Almeida Junior, um novo contexto de facilidades
tecnológicas. “Tanto para Estado como para a sociedade. Analytics, Big Data, novidades que estão em mãos de pessoas que farão bom uso, mas também em mãos de quem fará mau uso dessas tecnologias.”
Tal
consciência pesa sobre o trabalho de transformação digital do Poder
Público. “Envolve digitalização de serviços, interoperabilidade,
compartilhamento de dados, unificação de canais digitais. E naturalmente
tudo tem que ser feito com preocupação muito grande em relação à
segurança cibernética”, emendou o coordenador geral de segurança da
informação da Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia,
Anderson Sousa.
Segundo
ele, a realidade impõe o compartilhamento de riscos entre todos os
envolvidos. “A gente acredita em modelo de risco compartilhado, onde o
risco é compartilhado entre o gestor ofertando a solução, entre o
fornecedor que operacionaliza aquela solução, e também entre os
usuários.”
Fonte: Convergência Digital
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