Em
meio a tantas ofertas tentadoras anunciadas durante a Black Friday, é
preciso ter cautela para não cair em golpes na Internet. Como a data
movimenta intensamente o e-commerce brasileiro, criminosos tendem a
aproveitar o fluxo de usuários na web para atrair vítimas a sites
falsos, vender produtos inexistentes e roubar dados de cartão de
crédito. Para evitar que os compradores sejam lesados na tradicional
sexta-feira de promoções, o Procon-SP mantém uma lista de lojas virtuais
suspeitas.
A
relação conta — até a publicação desta matéria — com 307 sites
fraudulentos, que tiveram reclamações de consumidores registradas no
órgão, foram notificados e não responderam ou não foram encontrados. O
Procon-SP divulgou a lista de endereços pela primeira vez em julho de
2011 e a mantém atualizada desde então — o último update foi feito em 14
de outubro.
Além
da URL da página, a lista também mostra informações como a empresa ou
pessoa responsável pela loja virtual, o respectivo CNPJ (ou CPF, no caso
de o e-commerce ser administrado por uma pessoa física) e a situação,
que pode estar classificada como "No ar" ou "Fora do ar". Vale citar que
esse status se refere à data de inserção do site na lista, também
mencionada na tabela.
Marcas
nacionais consagradas não estão presentes na listagem, mas alguns nomes
chamam a atenção pela semelhança com determinadas lojas famosas, como é
o caso das páginas "gabimagazine.com.br"
e "magazinefernando.com", que supostamente se referem à Magazine Luiza.
Já endereços como "localdoeletro.com.br", "cardozoeletro.com.br" e
"showdoeletro.com.br" podem confundir clientes do e-commerce Ricardo Eletro.
A
lista completa pode ser acessada na página do Procon SP
(sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite). Para facilitar a checagem,
experimente instalar a extensão Canbuy, que usa a base de dados da entidade para informar se o site visitado é seguro.
Além
de consultar o documento, os consumidores devem se cercar de uma série
de outros cuidados, como verificar se o site é seguro, pesquisar a
reputação da loja em sites como Reclame Aqui e ficar alerta às formas de
pagamento. A seguir, veja cinco dicas para se proteger da famosa "Black
Fraude" e evitar problemas com as lojas durante as promoções.
1. Verifique a segurança do site
Para
verificar se a loja é segura, procure pelo ícone de cadeado acompanhado
da sigla “HTTPS” na barra de endereços. “HTTPS” significa Hyper Text Transfer Protocol Secure.
Isso indica que as comunicações entre o site e seu computador ou
celular são criptografadas, o que aumenta a segurança dos dados. Preste
atenção se o “HTTPS” está presente também na página de check-out. Caso contrário, não insira suas informações pessoais e financeiras.
2. Observe as formas de pagamento
Mesmo
que um site tenha HTTPS, desconfie se ele não oferecer opção de
pagamento via cartão de crédito. Para gastar menos com infraestrutura,
criminosos podem optar por não tentar roubar seus dados bancários e, em
vez disso, aplicar golpes mais simples. Nesse caso, o mais comum é ver
anúncios de produtos caros por preços altamente atrativos, com pagamento
via boleto falso ou transferência bancária. Ainda que a oferta aparente
ser muito vantajosa, resista à tentação de aderir a promoções com essas
características.
3. Cheque a presença de informações obrigatórias por lei
De
acordo com a Lei do E-commerce (7.962/13), que regulamenta o Código de
Defesa do Consumidor no comércio eletrônico, todas as lojas virtuais
precisam apresentar as seguintes informações:
- CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica);
- Razão Social;
- Endereço da sede da empresa;
- Telefone;
- E-mail ou formulário para contato.
O
texto exige também que os dados sejam expostos de forma clara, no topo
ou rodapé da página. A ausência de alguma das informações acima
caracteriza o descumprimento da lei e indica que o site não é confiável.
Ainda segundo a lei, toda loja deve apresentar uma política de trocas e devoluções. Geralmente os e-commerces
concentram essas informações em um único link, mas os termos também
podem constar na página de descrição do produto. Procure pela política
de trocas e devoluções e, caso não a encontre, não compre no site.
4. Pesquise a reputação da loja
Por
mais que a lista do Procon-SP ajude a escapar de ciladas na Black
Friday, ela pode não ser suficiente para os consumidores que querem
avaliar informações mais detalhadas antes de prosseguir com a compra.
Nesse sentido, uma ferramenta útil é o Reclame Aqui. O site registra
reclamações de clientes e permite acompanhar as respostas da loja às
queixas. Busque pelo nome e analise as notas e observações sobre o
e-commerce. As experiências de outros compradores certamente ajudarão a
perceber se o site é confiável ou não.
Outra
ferramenta que ajuda a avaliar a reputação de lojas é o
Consumidor.gov.br, plataforma criada pelo Governo Federal para auxiliar
consumidores a resolver problemas com compras em lojas físicas e online.
Procure a empresa pelo nome e analise os relatos de outros clientes,
além de informações como índice de solução e satisfação com o
atendimento.
5. Não clique em links suspeitos
Segundo a empresa de segurança Kaspersky, ataques de phishing
aumentam quatro vezes durante a Black Friday. Por isso, não clique em
links recebidos via WhatsApp, mensagens SMS e redes sociais, principais
canais usados para difundir promoções fraudulentas. Em vez disso, acesse
o site digitando o endereço eletrônico diretamente na barra de
endereços. É importante ter cuidado até mesmo com links enviados por
amigos: na dúvida, confirme se a pessoa realmente mandou o conteúdo para
você.
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