Benefício
concedido para os trabalhadores informais, como forma de tentar reduzir perdas
de renda provocadas pela pandemia da covid-19, o auxílio emergencial também
está no radar dos golpistas. Desde que a medida foi anunciada na semana passada
pelo governo federal, passaram a circular pela internet mensagens falsas, prometendo
a liberação do recurso. Um dos objetivos com a trapaça é captar dados sigilos
das vítimas.
Na
sexta-feira (3), um motorista de 58 anos, morador de Porto Alegre, recebeu por
mensagem um link para verificar se tinha direito ao benefício e solicitar o
desbloqueio dos valores pela internet. O texto estava ilustrado com o brasão da
República e identificado como sendo do Ministério do Trabalho e Previdência
Social. Assim que acessou a página, onde deveria ser preenchido um formulário
com dados pessoais, deu-se conta que, na verdade, era um golpe.
O
motorista atentou para um detalhe que, por vezes, passa despercebido: não se
tratava de site oficial do governo. Ele ainda testou o link e percebeu que
qualquer nome ou CPF aleatório resultava na mesma mensagem informando que a
pessoa tinha três parcelas a receber do benefício. Na sequência, retornou a
mensagem para a amiga, e fez o alerta.
— Ela
repassou sem se dar conta que era golpe. Eu acessei e vi que no endereço não
tinha “gov”. Só podia ser golpe. Respondi na mesma hora. Ela ficou horrorizada
— relata o motorista, que prefere não ser identificado.
A Delegacia
de Repressão aos Crimes Informáticos, do Departamento Estadual de Investigações
Criminais (Deic), recebeu nesta terça-feira (7) duas denúncias sobre o golpe. O
delegado André Anicet alerta para o fato de que as informações repassadas podem
ser usadas no futuro por estelionatários.
— O
objetivo deles é possivelmente o furto desses dados pessoais, afim de cometer
algum tipo de ilícito, de fraude. A gente acredita que eles façam isso. Em
outros casos, direciona o link para sites que tem por objetivo receber valores
pelo número de acessos — detalha.
Esses
golpistas possuem conhecimento em informática e permanecem por trás do
computador, sem contato com as vítimas. Diferente de outros tipos de
golpes, onde o estelionatário usa o convencimento verbal, nesse caso basta
conseguir que a pessoa acesse o link e repasse os dados.
— Às
vezes só captam dados e repassam para outros criminosos, que acabam utilizando
isso para obtenção de vantagens. São os conhecidos hackers. É preciso sempre
desconfiar onde estão colocando essas informações — alerta Anicet.
Como se proteger
- Fique atento para o endereço do site que será acessado. Os governamentais possuem o final “gov.br”. Já os usados pelos golpistas podem contar outros endereços.
- Outra dica é observar quem é o desenvolvedor do aplicativo antes de baixá-lo. O oficial é desenvolvido pela Caixa Econômica Federal — essa informação sobre o nome do desenvolvedor pode ser consultada antes de baixar o app.
- Pesquisas em sites oficiais também servem para verificar se a informação é verdadeira.
Onde acessar
Foram
lançados nesta terça-feira (7) o aplicativo (CAIXA|Auxílio Emergencial)
e o site para fazer o cadastro de solicitação do benefício concedido para
trabalhadores autônomos, informais, microempreendedores individuais (MEIs) e
desempregados. O auxílio mensal será de R$ 600 ou R$ 1,2 mil, para mães solteiras.
A Caixa disponibilizou a central 111 para tirar dúvidas sobre o cadastro.
Medidas
A ação
dos golpistas levou a Secretaria Especial do Desenvolvimento Social a divulgar
em seu site nota de esclarecimento na qual informa que as mensagens com links para
cadastro em sites para liberação do auxílio são falsas.
O Ministério da Saúde
disponibilizou um número de WhatsApp para verificar se as notícias
compartilhadas são falsas ou verdadeiras. Basta enviar mensagem com nome
completo, município e Estado de residência e o conteúdo que deseja averiguar. O
cidadão vai receber o retorno com o selo “isto é notícia falsa” ou de “isto é
notícia verdadeira”. O número é (61) 99289-4640.
Para
tentar reduzir a disseminação de informações falsas durante a pandemia do
coronavírus, o WhatsApp anunciou nesta terça-feira o limite de envio de
mensagens. Quem receber uma mensagem e decidir encaminhar para outra pessoa, só
poderá fazer isso para um contato por vez. O aplicativo entende que as
mensagens compartilhadas muitas vezes podem conter informações que não sejam
totalmente verdadeiras.
Em seu
site, o WhatsApp alerta que nem todas as mensagens recebidas sobre coronavírus
são precisas. Orienta que a confirmação dos fatos seja realizada com fontes
oficiais, confiáveis ou com organizações que fazem checagem de fatos. Reforça
também para que os usuários não compartilhem mensagens que não tenham certeza
que são verdadeiras.
Fonte: Portal
GaúchaZH.

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